O mercado de soja convencional está firme e pode trazer rentabilidade para o produtor. É em que acredita Roger Augusto Gonçalves, que mantém uma produção em Diamantino (MT) e teve a propriedade visitada na terça-feira (15) por uma equipe do Circuito Tecnológico Aprosoja.
Rodrigues tem produção própria de soja desde 1996. As terras que ele semeia em Diamantino são arrendadas. O plantio da safra nova foi iniciado nesta terça-feira, depois de chuvas de quase 150 milímetros na área desde o dia 12, o que impediu as plantadeiras de ir para o campo.
Na safra de verão, devem ser plantados 2,5 mil hectares, todos com o grão convencional, com expectativa de colher 55 sacas por hectare. Ele vende, principalmente para tradings no Brasil. “Não uso o transgênico porque o royalty é caro e, para mim, ainda não teve o resultado desejado”, disse ele.
O diferencial, segundo o produtor, é o prêmio pago pelo produto, considerado um nicho de mercado. Segundo ele, na safra passada, o valor chegava a US$ 3 por saca de 60 quilos sobre o preço local. Nesta safra, pode atingir US$ 3,5 ou até US$ 4 por saca.
“O mercado é firme, comprador. Tem aparecido empresas que não estavam nesse mercado e estão começando a se interessar. Como se trata de nicho, é um mercado restrito”, explicou, mesmo constatando que o ritmo de vendas antecipadas está menor que no ano passado. “Parceiros tradicionais estão com problemas”.
O custo, segundo o produtor, está em torno de R$ 1,5 mil por hectare. A taxa de câmbio, em torno de R$ 2,18, é considerada positiva com os prêmios pagos em dólar. “Se subir mais, fica melhor ainda. O prêmio é líquido, é lucro certo. Não tem custo em cima do prêmio”, avaliou.
O mercado internacional é onde a demanda se mostra mais forte. De acordo com o consultor José Tadashi, se concentra, principalmente, na Europa e na Ásia. Ele informou ter sido consultado a respeito do interesse de suas grandes empresas japonesas em comprar o produto do Brasil.
O interesse, segundo ele, seria de importar 5 mil toneladas por mês. “O potencial é grande para o não transgênico no mercado mundial. Em alguns países, estão pressionando governos a aceitar o produto. O problema maior aqui é a logística”, disse Tadashi.
Depois de ouvir o consultor, Roger Augusto Gonçalves disse acreditar que os produtores da região podem atender à demanda. “Cinco mil toneladas por mês é relativamente pouco.” No entanto, afirmou, esse tipo de negócio é viável, desde que envolva também o financiamento de parte da produção.
Uma alternativa para atender com eficiência o comprador pode ser a exportação por contêiner. “É uma boa oportunidade. O grão já sai segregado, lacrado e chega no Japão lacrado. Não vai ter risco de contaminação”, disse Rodrigues.