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Sanidade

Controle de doenças avícolas é essencial para as exportações brasileiras

Com o crescimento significativo do consumo de carne de frango no País, o controle das doenças aviárias que causam prejuízos na produção e na saúde humana ganhou destaque.

Com o crescimento significativo do consumo de carne de frango no País, o controle das doenças aviárias que causam prejuízos na produção, nas exportações e, até mesmo, na saúde humana ganhou destaque. Entre as moléstias neste perfil que mais atingem as granjas brasileiras estão duas que afetam a saúde intestinal dos animais: a salmonelose aviária e a enterite necrótica, causada pela bactéria Clostridium perfringens. Além disso, a salmonelose aviária é alvo de restrições relacionadas à sanidade avícola por parte das agências governamentais. 

Quatro referências internacionais nestes temas estiveram presentes em congresso realizado pela Pfizer Saúde Animal nesta semana (15 de março). Eles podem contar sobre sua experiência em pesquisa a respeito do controle destas doenças, bem como os impactos comerciais na criação de frango e nas exportações brasileiras ao Oriente Médio. Abaixo, um breve resumo do cenário e do currículo desses especialistas. 

Oriente Médio, um mercado em ascensão

Na última década, a produção brasileira de carne de frango aumentou 91% de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), chegando a 74,41 milhões de toneladas em 2010. Já o consumo interno cresceu 15% apenas no último ano, atingindo a marca de 44 kg por habitante segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef). 

Ainda de acordo com a Ubabef, as exportações brasileiras também atingiram um número recorde (3 milhões de toneladas) em 2010. Com relação ao mercado externo, o Oriente Médio representa uma área chave para o Brasil. Seis países da região – Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Iraque, Irã e Iêmen – importaram, no ano passado, 1,659 milhão de toneladas de frango somando-se as vendas de Brasil, EUA e União Européia (dados USDA). Neste cenário, nosso País aparece como líder, com um total de 1,174 milhão de toneladas exportadas para a região em 2010.

Sanidade avícola

A salmonelose aviária é considerada a doença bacteriana de maior impacto na avicultura mundial por provocar altas taxas de mortalidade e morbidade, nascimento de pintinhos de baixa qualidade e diminuição da eclodibilidade dos ovos. Infecção por bactérias do gênero Salmonella Enteritidis (SE), a doença pode provocar enterite e septcemia (infecção generalizada grave, desenvolvida por via sanguínea) nos plantéis avícolas. Muitos países possuem vigilância sanitária para controle da Salmonella, com regras específicas ditadas pelas agências governamentais.

Estas bactérias também são as principais responsáveis pela manifestação de doenças infecciosas alimentares no homem e podem levar, inclusive, a septicemias severas. A salmonelose constitui ainda um grave problema de saúde pública, por provocar surtos rapidamente e por sua grande taxa de mortalidade. Apesar das carcaças de frango apresentarem altas taxas de contaminação por SE, são os ovos e seus derivados, como a maionese, os principais responsáveis pelos surtos humanos. O controle da doença envolve higiene rigorosa e a eliminação dos focos, ou seja, das aves portadoras da bactéria.

O crescimento acelerado da avicultura brasileira na década de 90 criou condições favoráveis para a manutenção e proliferação da SE nos plantéis avícolas. Combinado a este cenário, o uso indiscriminado de antibióticos em aves facilitou a manutenção de lotes positivos para SE. Porém uso de vacinas específicas como a Poulvac SE, da Pfizer Saúde Animal, tem se mostrado uma ferramenta auxiliar eficaz no controle de SE.

Já a enterite necrótica avícola, causada pela bactéria Clostridium perfringens, vem afetando por muitos anos o mercado de aves de corte no Brasil. A doença pode ser secundária por consequência da coccidiose e ambas requerem muito cuidado por parte dos criadores. No caso de infecção clínica, a enterite necrótica pode ter resultados devastadores e alto custo de produção. Porém, quando há infecção subclínica das aves, o diagnóstico costuma ser tardio e os sintomas (perda de apetite, aumento da umidade na cama, aumento da mortalidade, maior conversão alimentar e diminuição no ganho de peso) levam a grandes perdas de lucratividade. 

O uso de probióticos, produtos elaborados com microoganismos vivos, tem se mostrado boa alternativa para controle deste mal. A Pfizer e Christian Hansen, por meio de sua parceria de negócios, trouxeram para o mercado avícola brasileiro o probiótico GalliPro Tect, um promotor de crescimento desenvolvido para ração termorresistente que possui efeito benéfico sobre o equilíbrio microbiano no trato intestinal de aves.