Os produtores de milho e trigo começaram o mês de agosto com perdas climáticas ampliadas. Já choveu 150 milímetros nos Campos Gerais – a região agrícola mais afetada pelas enxurradas concentradas no dia 1º. O volume é 50% maior que o esperado para os 31 dias do mês. Ainda não há calculos exatos, mas as lavouras dos municípios de Ponta Grossa, Campo Mourão, Toledo, Cascavel e Maringá foram as mais afetadas, conforme levantamento preliminar da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. As geadas previstas para hoje devem ampliar as quebras, acumuladas desde junho.
“O milho safrinha é o maior prejudicado, porque perde qualidade, rendimento e peso”, avalia a agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral) Margorete Demarchi. As chuvas começaram dia 30 de julho e duraram quatro dias, interrompendo a colheita no Oeste e no Sudoeste. Em todo o estado, estima-se que 23% das lavouras foram colhidas até o momento. Nesta mesma época de 2010, o índice ficavam entre 35% e 40%.
Antes das enxurradas e das geadas desta semana, as perdas eram de 37% no milho e de 12% no trigo. Mesmo assim, poderiam ser colhidos 5,1 milhões e 2,5 milhões de toneladas, respectivamente. Uma nova projeção da safra paranaense será divulgada até o dia 22 deste mês.
Após contabilizar quebra de 40% na produção de milho, o agricultor Arno Dresch, de Toledo (Oeste), agora teme perdas na lavoura de trigo. “Toda a área está suscetível. O que não foi embora na primeira geada, pode ir agora (hoje)”, lamenta.
O produtor e vice-presidente do Sindicato Rural do município, Vitorino Rigo, diz que, “daqui pra frente, a produtividade das lavouras tende a cair ainda mais na região”. Segundo ele, a quebra de produção está calculada em 38% para o milho e em 25% para o trigo.