Espaço está comprometido e os armazéns não suportarão a safra recorde. Foram liberados R$ 1,2 bilhões, o que segundo a Aprosoja será suficiente para o escoamento.
A preocupação com relação à armazenagem se dá porque ainda há um grande estoque de passagem, totalizando cerca de 4 milhões de toneladas, entre o que está com os produtores e o que está com o governo.
Até o próximo dia 10 tem início os leilões de comercialização do milho safrinha. O grão ainda não começou a ser colhido, mas a falta de espaço nos armazéns preocupa os produtores, especialmente porque a safra promete ser recorde.
Na última semana os produtores se reuniram para discutir o assunto e estabelecer condições que beneficiem a todos. “Fizemos votação e ficou decidido que os leilões começarão até o próximo dia 10. Também foi estabelecido um PEPRO (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) limitado a 1 milhão de toneladas por CPF a cada leilão, o que fará com que os leilões sejam mais democráticos e garantirá que um maior número de produtores seja beneficiado”, explica o diretos administrativo da Aprosoja, Carlos Favaro. “Haverá ainda um acompanhamento das áreas plantadas por parte da Aprosoja e do Sindicato Rural para evitar fraudes”.
Para garantir que o governo está ciente da situação um documento com as propostas foi entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A intenção é que os leilões sejam programados via Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). O preço mínimo do milho estipulado pelo governo federal este ano foi R$ 13,98, setenta e oito centavos a mais que na safra 08/09 (R$ 13,20). “O problema é que o valor para comércio está bem abaixo, de R$ 8 a 9”, lamenta Favaro.
Na safra passada, 73% da produção do Estado foram subsidiados ou comprados pelo governo federal, totalizando perto de R$ 800 milhões. Este ano a previsão é de que a safra tenha aumento de 10%, passando de 9 para 10 milhões de toneladas. “A produção deverá ser recorde, depende do clima. Estamos trabalhando com esta estatística e com os subsídios conseguidos nos leilões basta agora que os recursos sejam bem trabalhados”, salienta Favaro.
Espaço para armazenagem
A preocupação com relação à armazenagem se dá porque ainda há um grande estoque de passagem, totalizando cerca de 4 milhões de toneladas, entre o que está com os produtores e o que está com o governo.
Além do milho ainda há soja nos armazéns. “Ainda falta ser comercializada 37% da soja. Acreditamos que o valor não remunera o produtor e os que podem estão segurando o estoque”, conta o diretor.