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Clima melhora e safra de grãos deve apresentar quebra menor

Em relação aos números de janeiro, a Conab elevou as estimativas para a produção de arroz, feijão, milho e soja.

Redação (10/03/2009)-  Apesar de ainda irregulares, as chuvas voltaram a beneficiar as principais regiões produtoras do país em fevereiro e a Conab corrigiu para cima sua estimativa para a produção nacional de grãos nesta safra 2008/09, cuja colheita dos cultivos de verão está em estágio avançado. 

Conforme levantamento divulgado ontem, a produção total (incluindo cultivos de inverno), em uma área de 47,680 milhões de hectares (0,5% maior que a do ciclo 2007/08) agora deverá alcançar 135,32 milhões de toneladas, 0,5% acima do volume projetado em janeiro mas ainda 6,1% abaixo do volume colhido na temporada anterior. 

Em relação aos números de janeiro, a Conab elevou as estimativas para a produção de arroz, feijão, milho e soja. Houve leve queda na estimativa para a produção de algodão em caroço e em pluma, enquanto para o trigo a companhia segue a trabalhar com a produção de 2008, como é normal para esta época do ano. 

Mesmo com os ajustes feitos pela Conab, na comparação com os volumes de produção da safra 2007/08 há quedas previstas, entre as principais culturas do país, para algodão em caroço e em pluma, para milho e para soja. Devem aumentar os volumes colhidos de arroz e feijão. 

Por conta da estiagem que castigou parte das regiões de plantio de Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina entre dezembro e janeiro – neste Estado também houve excesso de chuvas posteriormente -, a produção deverá cair 7,5% no Sul do país em 2008/09, para 55,133 milhões de toneladas, apesar de a área de plantio ter aumentado em 3,2%, para 17,884 milhões de hectares. A produtividade tende a ser 10,3% menor. 

No Centro-Oeste, segunda maior região em produção de grãos, a colheita deverá recuar 6,6%, para 47,141 milhões de toneladas, fruto de uma área plantada de 15,074 milhões de hectares, 1,8% menor graças aos problemas de crédito na época da semeadura, e de uma produtividade 4,9% inferior, influenciada pelo menor uso de tecnologia também ligado a problemas de caixa dos produtores em época de insumos mais caros. 

O milho foi a cultura mais afetada pela combinação entre clima adverso e restrições financeiras nas duas regiões (Sul e Centro-Oeste), mas a soja, carro-chefe do agronegócio nacional, também sentiu seus reflexos. Nos Estados do Sul, a produção da oleaginosa deverá ser de 18,927 milhões de toneladas, 8,2% menos que em 2007/08, ao passo que no Centro-Oeste a colheita deverá render 28,744 milhões de toneladas, 1,3% menos na mesma comparação. 

Graças às chuvas de fevereiro no Sul, a AgRural também elevou sua projeção para a produção brasileira de soja em 2008/09. A consultoria passou a estimar 59 milhões de toneladas, bem acima da nova estimativa da Conab (57,635 milhões), e calcula que 37% desse volume já tenha sido comercializado.