Redação (19/12/2008)- A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM), disse que a entidade calcula que haverá uma quebra de cerca de 10%¨na próxima safra de grãos em relação à produção 2007-2008, de 143 milhões de toneladas. Ela fez essa projeção ao apresentar o balanço anual da CNA para o setor agrícola e as perspectivas para a próxima temporada.
De acordo com Kátia Abreu, a previsão de queda na produção deve-se principalmente à redução de 8% no uso de fertilizantes nas lavouras e à diminuição da área plantada de milho. A presidente da CNA também prevê que os produtores enfrentarão outros obstáculos na próxima safra, como maiores dificuldades na comercialização e na concessão de crédito.
“Até agora, por exemplo, o país só comercializou 18% da soja verde. No ano passado, neste mesmo período, o volume vendido chegou a 50% da safra da oleaginosa”, destacou Kátia Abreu.
O consultor técnico da CNA Guilherme Dias reforçou as preocupações da presidente da entidade. Na sua avaliação, a agricultura brasileira precisa passar por um reformulação na sua estrutura de financiamento. “A primeira mudança deve vir do próprio produtor, que deve se apresentar como um a firma rural moderna, capaz de sobreviver aos novos desafios.”
Ainda segundo Guilherme Dias, o produtor brasileiro precisa ser mais transparente em suas atividades. “Se não houver transparência, é impossível montar um seguro de produção para os agricultores”, assinalou o técnico da CNA.
Na opinião da Kátia Abreu, a transparência depende da desoneração dos alimentos. “Para sermos transparentes, tem que haver desoneração dos alimentos.”