Para incentivar o cultivo do pescado na região de Mococa, no interior de SP, foram disponibilizados R$ 5 milhões por meio do FEAP.
Crédito: GOV
Fortalecer a cadeia produtiva do peixe Pangasius no Estado de São Paulo e reduzir a dependência externa. Esses são os objetivos do primeiro frigorífico das Américas, totalmente destinado à espécie, inaugurado nesta quinta-feira (29/08), no município de Mococa.
Em um espaço com 10 mil metros quadrados, o local tem potencial para processar cerca de 40 toneladas diárias do pescado.
Durante a cerimônia de inauguração, o secretário executivo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Edson Fernandes, ressaltou a importância de fortalecer a cadeia produtiva aquícola. “O que nós pudemos ver aqui é uma incrível estrutura de produção. Uma iniciativa como esta desenvolve o setor, contribui para geração de renda e atende, principalmente, o pequeno produtor rural”, afirmou.
O pangasius é um peixe de água doce, da família dos bagres. Devido ao sabor suave e preço acessível, o filé de panga, como é conhecido no Brasil, tem demanda crescente. Sua carne é branca, macia, de textura firme e muito fácil de se preparar, podendo ser assado, cozido, frito ou grelhado. “O panga deve fazer parte das compras públicas do estado”, destacou o secretário.
Dada a sua aceitação no mercado brasileiro, a produção nacional não tem atendido a demanda e é necessário importar o pescado, típico da região asiática. Em 2023, o Brasil importou aproximadamente R$ 500 milhões em filé do Vietnã, de acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). “O Pangasius no Brasil tem o mercado consumidor já consolidado, haja vista a quantidade de filés que importamos no ano passado, foram 40 mil toneladas que poderiam ser fornecidas pelos nossos aquicultores”, ressaltou o assessor técnico de gabinete da Secretaria de Agricultura de SP, Luiz Ayroza.
Atento a esse promissor mercado, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo disponibilizou, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), recurso de R$ 5 milhões para incentivar a produção do pescado no Estado.
O frigorífico foi construído pelo Grupo Colpani e será abastecido pela Cooperpanga, cooperativa que conta com 40 produtores de Pangasius da região de Mococa. Em plena produção, segundo os cooperados, a unidade deve movimentar R$ 300 milhões na região. “O frigorífico é a grande porta de entrada da produção agropecuária rumo ao varejo, através da indústria de proteína animal. Buscamos através deste grande marco gerar oportunidades para o produtor, gerar emprego e renda, além de filés sem espinhas e mais barato para milhões de pessoas”, disse o presidente da Câmara Setorial do Pescado, Martinho Colpani, que também dirige a cooperativa.