O coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho, falou sobre as contribuições do agro para o cumprimento das metas brasileiras de redução dos gases de efeito estufa e a agenda 2030, durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado, na quarta (23).
A discussão tratou da participação do Brasil na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) que acontece de 11 a 24 de novembro em Baku, capital do Azerbaijão.
“O setor entende que a COP29 vai pavimentar a ambição sobre aquilo que a gente quer propor para as novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC). O próprio acordo do clima prevê a ampliação da ambição a cada meta apresentada e os instrumentos para que a gente consiga avançar serão pavimentadas na COP29”, afirmou.
Filho apresentou os principais pontos do posicionamento da CNA para essa conferência, documento que foi entregue ao governo durante um evento preparatório no início do mês.
“O agro tem grande potencial e papel importante para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Porém, a redução das emissões não pode ser feita a qualquer custo, temos outros componentes que também são importantes como a garantia da segurança alimentar e energética. O agro consegue conciliar segurança alimentar, ambiental e energética,” frisou.
O coordenador explicou ainda que o posicionamento da CNA traz recomendações aos negociadores brasileiros que estarão em Baku, com pontos considerados importantes para o agro brasileiro.
“Precisamos transformar esse potencial que já temos em diferencial competitivo. Além disso, queremos que esse potencial possa ser traduzido em reconhecimento das ações que o setor já faz, com valoração e a criação de um instrumento que remunere essas ações.”
Nelson Ananias Filho acrescentou que o setor produtivo contribui para a redução das emissões há pelo menos 12 anos com uma agricultura tropicalizada de baixa emissão de carbono.
“Podemos contribuir também para as metas que virão a partir de 2031 uma vez que estamos de acordo que iremos zerar o desmatamento ilegal a partir de 2030. O agro está pronto para adaptar e mitigar todos esses efeitos.”
A CNA irá acompanhar as discussões na Conferência do Clima e, segundo Nelson Filho, a ideia é levar o “melhor do agro” e trazer das negociações “vantagens competitivas para o agronegócio brasileiro.”