Em uma lista de 113 países, o Brasil se manteve na 38ª posição na edição 2017 do Índice Global de Segurança Alimentar. Desenvolvido pelo Economist Intelligence Unit, braço de pesquisa do The Economist Group, o levantamento mede, anualmente, a capacidade de as nações alimentarem sua população, com base em quatro indicadores: acessibilidade ao alimento (poder de compra do consumidor), disponibilidade (oferta de produtos), qualidade e segurança e resiliência climática.
Os resultados foram apresentados pelo representante do The Economist Group no Brasil, Marcio Zanetti, nesta última terça-feira (26/09), em evento na cidade de São Paulo (SP). Segundo ele, entre os pontos fortes no Brasil, destacam-se volume e diversidade da produção agropecuária, recursos naturais, programas governamentais de compra de alimentos, entre outros. Por outro lado, o País tem desafios urgentes nas áreas de infraestrutura logística, carência de recursos para pesquisa e crédito agrícola, ficando, neste último item atrás de Uruguai e Argentina.
De acordo com Zanetti, o Brasil não registrou uma avaliação satisfatória no tocante ao quesito resiliência climática, devido a não estar se preparando como deveria – devido à escassez de capital – para adaptar a produção agrícola as mudanças que serão provocadas pelo aquecimento global. O representante do The Economist Group alerta que culturas como café e soja no País poderão ser afetadas, com áreas produtivas sendo transferidas para outras regiões e até mesmo sendo extintas.
Outros países
A Irlanda ficou em primeiro lugar no índice, impulsionada pela recuperação econômica do país, e investimento público elevado em pesquisa. EUA e Reino Unido, pela ordem, vieram a seguir no ranking. De maneira geral, Zanetti pontuou que, globalmente, os sistemas alimentares estão enfrentando pressão do alto preço dos insumos, alterações de padrão de consumo, mudanças climáticas e choque de preços.