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USDA volta a baixar projeções para soja

USDA reduz estimativas para produção e exportações brasileiras de soja.

USDA volta a baixar projeções para soja

A estiagem que prejudicou o desenvolvimento das safras de grãos no sul da América do Sul nesta temporada 2011/12 levaram o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a realizar novos ajustes para baixo em suas estimativas para a colheita de soja no Brasil e na Argentina, com reflexos diretos no tabuleiro global da oleaginosa.

De acordo com o USDA, a colheita brasileira ficará em 68,5 milhões de toneladas, 3,5 milhões a menos que o previsto em fevereiro e volume 9,3% inferior ao da safra passada (2010/11). Na quinta-feira, pesquisa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Ministério da Agricultura do Brasil, indicou 69,2 milhões de toneladas.

.O corte da produção levou a uma redução no cálculo do USDA para as exportações brasileiras de soja. No relatório, o volume estimado caiu para 36,9 milhões de toneladas, 900 mil a menos que o projetado em fevereiro, mas nas últimas semanas representantes do órgão admitiram que 33 milhões é um número mais realista dada a extensão da seca causada pelo La Niña. Em 2010/11, segundo o USDA, foram 29,95 milhões.

A Conab trabalha com 31,8 milhões de toneladas em exportações de soja em 2011/12, 600 mil a menos que na temporada anterior. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) prevê 32 milhões, uma queda de quase 1 milhão em relação a seu cálculo para o ciclo passado.

Para a produção de soja da Argentina, o USDA passou a prever 46,5 milhões de toneladas, abaixo das 48 milhões estimadas em fevereiro (ainda o patamar previsto pelo governo do país sul-americano) e das 49 milhões de 2010/11. Apesar do corte, a previsão para as exportações platinas foi mantida em 8,9 milhões de toneladas, 300 mil a menos que na temporada passada.

Sobretudo em decorrência dessas correções no quadro sul-americano, a estimativa do USDA para a produção mundial de soja em 2011/12 caiu de 251,47 milhões para 245,07 milhões de toneladas, 7,3% abaixo da temporada anterior. Os estoques globais no fim da temporada foram reduzidos para 57,3 milhões, uma baixa de 12,3% sobre 2010/11 e um nível que pode ser considerado baixo.

Como o “fator América do Sul” já vem colaborando para manter as cotações internacionais do grão em elevado patamar desde a primeira quinzena de dezembro, os novos números do USDA tiveram pouca repercussão na bolsa de Chicago na sexta-feira e os traders aproveitaram para voltar a realizar lucros após as altas mais recentes. Os contratos com vencimento em maio fecharam a US$ 13,3775 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos), em queda de 0,75 centavo.

O mesmo “desprezo” pelo relatório do ministério americano foi percebido no mercado de milho de Chicago, apesar de as correções realizadas terem resultado em estoques globais 0,7% inferiores aos estimados em fevereiro. As 124,53 milhões de toneladas estimadas nesta frente representam uma queda de 3,5% sobre o ciclo passado.

Na bolsa, os papéis para maio subiram 9,50 centavos de dólar e fecharam a US$ 6,45 por bushel (25,2 quilos), mas o salto foi puxado pela expectativa de que a demanda da China pelo cereal dos EUA aumente em virtude da redução da oferta na Argentina.

O USDA não alterou as estimativas de produção e exportações argentinas em relação a fevereiro, mas os volumes previstos são 7,4% e 12,5% menores que em 2010/11. No caso do Brasil, ajustou para cima as projeções. O órgão passou a trabalhar com colheita de 62 milhões de toneladas no país, 1 milhão a mais que o previsto em fevereiro, e embarques de 10 milhões de toneladas, também 1 milhão mais gordos. A Conab estima 61,7 milhões e 8 milhões, respectivamente.

No quadro de oferta e demanda de trigo, finalmente, o USDA promoveu alterações nos dois pratos da balança e a estimativa para os estoques finais mundiais foram reduzidos em 1,7% em relação a fevereiro, para 209,58 milhões de toneladas – ainda 5,1% superiores aos do ciclo anterior.

Como parte desse ajuste para baixo refletiu uma redução da previsão para os estoques dos EUA, o reflexo sobre os preços nas bolsas americanas que negociam o produto foi até amplificado. Em Chicago, maio subiu 8,25 centavos de dólar, para US$ 6,43 por bushel (27,2 quilos).